segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Parvovirose Canina


É virose das mais conhecidas e das mais contagiosas entre os cães domésticos. Ataca mais os cães jovens que os adultos, talvez pelo fato destes últimos serem mais resistentes pela imunidade naturalmente adquirida. Apresenta alta mortalidade, principalmente entre cães jovens, principalmente àqueles de raças puras ou animais mais fracos ou debilitados por verminoses ou outras moléstias, inclusive carenciais.

A doença é causada por um vírus de tamanho extremamente pequeno, classificado entre outros que atacam ratos, porcos, gado bovino e o homem, além de outros animais; No homem, a Parvovirose aparentemente combina com outros adenovirus, causando infecções do trato respiratório superior e dos olhos, nestes últimos causando uma conjuntivite. Devido tal circunstância, pode a doença ser classificada como Zoonose, por ser comum ao homem e ao cão.

No cão, a doença se estabelece principalmente no aparelho digestivo, de início provocando elevação térmica que pode atingir altos índices (41 graus Celsius), exceto em animais adultos mais velhos nos quais ocorre hipotermia. Nessa fase chama a atenção o fato do animal se tornar sonolento e sem apetite, quando ocorrem também vômitos incoercíveis; Alguns animais apresentam também tosse nessa fase, além de inchaço dos olhos ou inflamação da córnea (conjuntivite). O mal começa repentinamente, e sem tratamento o animal vem a sucumbir à infecção em poucos dias.

IMUNIZAÇÃO - Deve a Vacina contra a Parvovirose ser aplicada preferentemente nas fêmeas antes do cio e subsequente gestação, mesmo que tenham sido anteriormente imunizadas, pois recebendo uma nova dose da vacina, terão sua imunidade aumentada durante a gestação, e a oportunidade de através da circulação inter-placentaria conferirem a seus futuros filhotes uma razoável imunidade passiva. Posteriormente ao parto, então já na fase de aleitamento de suas crias, tal imunidade conferida pela vacina aplicada na mãe será através do leite (principalmente o primeiro leite, chamado de colostro), transmitida aos filhotes recém nascidos pelos anticorpos contidos nesse primeiro leite, prevenindo então os filhotes contra a doença, até que venham os mesmos atingir idade em que já possam também serem, com eficiência, imunizados com a mesma vacina. A primeira dose é recomendada ser aplicado nos filhotes, quinze dias após o desmame, ou seja, por volta de 45-60 dias de vida. Revacinações anuais são também recomendadas, tanto aos filhotes quanto aos animais mais velhos susceptíveis de também virem a contrair a doença.

Raiva Canina


É uma doença infecciosa aguda que acomete mamíferos (homens e animais), causada por um vírus que se multiplica e se propaga - via nervos periféricos - até o sistema nervoso central, de onde passa para as glândulas salivares, nas quais também se multiplica.
O prognóstico é fatal em todos os casos e representa um sério problema de saúde pública.
A doença expõe grande número de pessoas e animais ao risco de contaminação e os custos necessários para o seu controle ou erradicação são elevados.
A forma mais comum de transmissão é através de contato com saliva de animal raivoso, seja por mordeduras ou lambeduras de mucosa ou de pele com solução de continuidade. As arranhaduras também têm potencial de contaminação, devido à salivação intensa dos animais doentes, que muitas vezes contaminam suas patas. O contato indireto não é considerado veículo de transmissão, mas há pouca discussão a este respeito na literatura. Outras formas de contágio, embora raras, são: transplante de córnea, via inalatória, via transplacentária e aleitamento materno. Teoricamente, é possível a transmissão de raiva por contato íntimo intradomiciliar ou em unidades de saúde através de secreções infectantes. Entretanto, não há casos registrados com essa epidemiologia.
A fonte de infecção é o animal infectado pelo vírus rábico. Em áreas urbanas, é principalmente o cão (quase 85% dos casos), seguido do gato. Em áreas rurais, além de cães e gatos, morcegos, macacos e mamíferos domésticos como: bovinos, eqüinos, suínos, caprinos, ovinos. Os animais silvestres são os reservatórios naturais para animais domésticos.
Como o cão é a principal fonte de infecção para o homem, é importante conhecer os principais sintomas da raiva canina.
O cão, depois de ser mordido por um animal raivoso, desenvolve a doença num período de 21 dias a 2 meses, em média. Existem 2 formas de raiva canina: a furiosa e a paralítica, dependendo da predominância de uns ou de outros sintomas.
A forma furiosa caracteriza-se por inquietação, tendência ao ataque, anorexia pela dificuldade de deglutição e latido bitonal, posteriormente paralisia, coma e morte.
Na forma paralítica, ao contrário da furiosa, não há inquietação ou tendência ao ataque, o cão tende a se isolar e se esconder em locais escuros. Apresenta paralisia de patas traseiras, que progride e o leva à morte. A duração da doença é de 3 a 7 dias.
O diagnóstico da raiva é feito através do quadro clínico sugestivo e da história clínica do paciente com antecedente de mordedura ou outros tipos de exposição. No diagnóstico da raiva humana, existem várias técnicas laboratoriais para identificação de antígenos ou anticorpos específicos da doença, tais como: reação de imunofluorescência direta, imunofluorescência indireta, soroneutralização e prova biológica. Os materiais a serem examinados incluem: sangue, saliva, bulbo piloso, esfregaço da córnea e tecido nervoso, sendo que este último é retirado do material da necrópsia.
A profilaxia consiste na aplicação de uma série de doses de vacina anti-rábica por via intramuscular, na região do deltóide, durante o período de incubação da moléstia. A administração de soro anti-rábico está indicada nos casos com forte suspeita de contaminação com o vírus rábico. Esses tratamentos devem ser feitos de acordo com a orientação médica.
A vacina anti-rábica utilizada atualmente no Brasil é do tipo Fuenzalida & Palácios. Ela é preparada através do tecido nervoso de camundongos lactentes infectados com vírus rábico, o produto é inativado por radiação ultravioleta ou betapropriolactona. A vacina deve ser mantida em refrigerador de 4 a 8°C.
Durante o tratamento podem ocorrer reações às vacinas anti-rábicas e elas podem ser locais, gerais ou neurológicas. As reações locais manifestam-se por dor, prurido e eritema no local da aplicação, com ou sem aumento de gânglios linfáticos locais. As reações sistêmicas são dores musculares ou articulares, dor de cabeça, febre, insônia e palpitação. Em casos mais graves: urticária e choque anafilático. As reações neurológicas são raras, estão relacionadas ao número de doses aplicadas e podem ser classificadas em 4 tipos: encefalomielite, mielite, neurite e paralisia ascendente.
Outro tipo de vacina é o de cultivo celular. O vírus rábico foi adaptado para ser cultivado em células diplóides humanas, células de rim de hamster e rim de macaco. Esta vacina apresenta alto poder imunogênico, eficácia elevada e baixo índice de efeitos adversos, mas tem, como inconveniente, o alto preço.
O soro anti-rábico é obtido de equídeos hiperimunizados com vírus rábico inativado. A aplicação se dá em dose única, por via intramuscular, em locais diferentes da aplicação da vacina e parte da dose deve ser infiltrada ao redor do ferimento. As reações ao soro, que não são incomuns , podem ser divididas em: reações anafiláticas, reações anafilactóides e doença do soro.