domingo, 29 de agosto de 2010

Agressividade Canina


A agressividade nos cães é algo natural, normal, fisiológico, faz parte do seu comportamento, sendo necessário para a sobrevivência desta espécie, comportamento herdado de seus ancestrais e conservado até hoje. A agressividade canina pode ser classificada em territorial, possessiva (comida), dominância, medo, lúdica, maternal, predatória, aprendida e até mesmo genética. É importante salientar que entre os cães os sinais corporais são utilizados para evitar os conflitos físicos. Eles sabem que este tipo de situação é prejudicial para ambos os lados, agressor e agredido.
Quando ocorrem eventos de agressão de cães contra pessoas, na maioria das vezes o que ocorre é uma falta ou deficiência de interpretação, por parte dos seres humanos, dos sinais emitidos pelo cão, o que muitas vezes culmina na agressão. Na realidade, normalmente o cão pode ter mais de um conteúdo como causa da agressividade. Uma completa avaliação do caso com conseqüente determinação dos fatores, é o que vai promover o adequado tratamento do paciente. O mais importante é estar ciente que um cão agressivo representa um sério risco a vida das pessoas ou outros animais da casa.
Casos de agressão de cães contra pessoas esse problema passou a ser um dos principais motivos de abandono de cães nas ruas deste país.
Como sinais corporais de agressividade, podemos citar:

Rosnados; Latidos; Avançar; Pelos eriçados no dorso; Orelhas em pé e voltadas para frente, seguido de mudança para voltadas para trás; Mordedura do ar; Exposição dos dentes por levantamento vertical dos lábios superiores.
Estas manifestações físicas poderão se modificar de acordo com a situação que deflagrou a agressão, assim como pelo tipo de agressão manifestada pelo cão.
É muito importante, ao pensar em adquirir um cão, conversar com um médico veterinário sobre características físicas e comportamentais das diferentes raças, para que assim seja possível escolher a raça mais adequada ao estilo de vida de cada um, evitando surpresas desagradáveis, assim como ser orientado por este profissional de quais condutas devemos ter para evitar o aparecimento de tal comportamento.
Lembre-se que os melhores remédios para a agressividade canina são:
• Conhecer o comportamento natural dos cães;
• Conhecer as características específicas da raça que se deseja ter;
• Assumir rotinas que previnam as situações que possam deflagrar a agressividade.
Na existência de um caso de agressividade canina, chame o médico veterinário, ele saberá como conduzir o caso.
Não abandone o seu cão, ele precisa de você e você também é corresponsável pela situação.

(Marcus Fróes - Médico Veterinário - CRMV-BA 1917)

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Prolapso Retal


Prolapso retal caracteriza-se pela invaginação visível da mucosa do reto pelo ânus. Sendo uma afecção que provavelmente ocorra em todas as espécies (JONES et al., 2000). No caso de pequenos animais ocorre freqüentemente com cães e gatos jovens (BIRCHARD & SHERDING, 2008). A causa mais comum é dificuldade de defecação, associada à proctite ou colite grave secundária à infecção parasitária, podendo ainda ter outras causas predisponentes como doenças anorretais que causam disquezia, doenças do trato urinário inferior e doenças prostáticas que provocam estrangúria, etc. O diagnóstico é feito visualmente e pela introdução de um termômetro ou instrumento cego no espaço entre o tecido prolapsado e o esfíncter anal para palpar o fundo do saco, se houver resistência é prolapso retal, se não houver é uma intussuscepção de íleo ou cólon. O tratamento consiste em identificar e promover a resolução da afecção primária e a redução do tecido prolapsado (BIRCHARD & SHERDING, 2008).

Tumores Palpebrais


Os tumores palpebrais são desordens relativamentes frequentes em oftalmologia veterinária. Aparecem como massas de forma e coloração variadas conforme sua classificação histológica. Algumas vezes vemos o neoplasma na face interna das pálpebras acarretando desconforto e algumas vezes ulcerando à superfície da córnea . Os tumores palpebrais tendem a ser extremamente invasivos localmente mas parecem ser de baixa malignidade referentes a produção de metástases em outros sítios do organismo . Sempre que possível deve-se proceder à biopsia da massa em questão para evitar-se dissabores futuros. A biopsia pode ser efetuada concomitante com a extirpação cirúrgica e deve contar com a compreensão e aquiescência do proprietário. Em relação ao tamanho e complexidade da massa envolvida podemos dizer que tumores com tamanho ou inserção até 1/3 do comprimento do bordo palpebral podem ser retirados pôr cirurgia tradicional uma vez que técnicas modernas de exérese em "V" ou "V para Y" fazem com que não se notem seqüelas cirúrgicas relativas não só à estética coma ao bom funcionamento das pálpebras no sentido de distribuição do filme lacrimal , proteção mecânica e eficiente bombeamento das lágrimas para o aparelho de drenagem nasolacrimal entre outras .

Caso os tumores possuam cito ou histológicamente características de malignidade deve-se associar as cirurgias a outras técnicas de erradicação ou controle da neoplasia. Disponível pôr hora para nós essas técnicas se resume a crioterapia e a quimioterapia.

sábado, 3 de abril de 2010

Tumores no colo do útero canino


Tumores no colo do útero, ou cérvix, podem ser benignos ou malignos. Os tumores benignos não são câncer, não invadem os tecidos ao redor e geralmente não apresentam ameaça à vida. Já os tumores malignos:
* Podem invadir tecidos e órgãos ao redor.
* Podem se espalhar para outras partes do corpo.
* Podem ser ameaça à vida.
O câncer de colo de útero, ou cervical, começa na superfície do cérvix, o qual é a porção inferior e estreita do útero. Com o tempo, o câncer cervical pode invadir mais profundamente o colo do útero e tecidos próximos. As células cancerosas podem entrar em vasos sanguíneos ou linfáticos, os quais se ramificam para todos os tecidos do corpo. As células cancerosas podem se ligar a outros tecidos e desenvolver novos tumores que podem danificar outras partes do corpo. Quando o câncer se espalha isso é chamado metástase.

terça-feira, 9 de março de 2010

Hepatite contagiosa canina


É enfermidade infecto-contagiosa própria dos cães , sendo exemplo típico de uma enfermidade bem característica que permaneceu durante muito tempo ignorada, e sendo confundida devido seus sintomas com outra também, como ela, causada por um vírus. Somente em 1947 foi descrita pela primeira vez como entidade própria, sendo até aquela época confundida com a Cinomose, que também acomete cães.
Revisões de preparações histológicas anteriores, procedidas por Pallaske, demonstrou que a enfermidade já existia desde muito tempo, porém não conhecida como entidade nosológico distinta de outras viroses. É essa virose denominada resumidamente como HCC, caracterizando-se por uma hepatite e perihepatite fibrinosa, edema da vesícula biliar e em alguns casos por diásteses hemorrágicas. Causa o vírus inclusões patognomônicas pela presença de corpúsculos de inclusão nos núcleos das células hepáticas. Esta também a doença presente em raposas, e nestas determinam encefalites, ou seja, um quadro clínico completamente distinto daquele que se verifica em cães, constituindo-se estes sintomas mera exceção quando ocorrem em cães.
SINTOMAS - Sem nenhuma dúvida o quadro clínico é muito parecido com aquele que apresentam os cães quando acometidos por Cinomose, sendo mera diferença apenas a gradação dos sintomas e lesões entre uma e outra doença. Pode se apresentar de três formas clínicas distintas:
QUADRO SUPERAGUDO - Neste, em geral não é a doença diagnosticada senão após a morte do animal, devido sua evolução ultra rápida, sendo os animais encontrados mortos pela manhã após ligeiros sinais de doença na noite anterior. Nestes casos, quase sempre, suspeitam os proprietários dos animais de seu envenenamento.
QUADRO AGUDO - Os animais mostram apatia, estupor e inapetência, e as vezes também sede intensa. A curva febril exibe dois e no máximo três picos, porém nenhum deles atingindo o máximo de seu pico anterior. Há de certo modo, semelhança com a curva térmica denominada bicúspide que se verifica também na Cinomose. Verificam-se também conjuntivites e hiperemia epiescleral, distinguindo porém daquela relevantemente purulenta e tão resistente a todo tratamento que ocorre na Cinomose.
Ao fim de alguns dias instala-se na córnea, uma opacidade dessa mucosa, comumentemente unilateral, o qual coincide com novo acesso febril. Esse turvamento da córnea é paulatino, e raras vezes perdurando até 3 semanas, e resistente a todo e qualquer tratamento específico. Nos órgãos respiratórios são notados distintos graus de amigdalite, faltando nestes aquele quadro pneumônico da Cinomose. O interior da garganta (fauces), encontra-se vermelho e inflamado, apresentando os animais doentes dificuldades para engolir , o que motiva vômitos por ação reflexa. Especialmente dolorosa é a palpação da região do apêndice xifoide em animais doentes por HCC, reagindo a essa exploração violentamente esses animais acometidos pela doença. Raramente existe icterícia.
Digno de se Ter em conta, pela eficácia em todos os casos, é o exame de sangue. De início são comprovados como em todas as viroses: leucopenia, que ao baixar a febre é convertida em leucocitose. Por isso a investigação morfológica do sangue carece de importância . Só na fase inicial da HCC se apresenta a leucopenia (diminuição relativa dos glóbulos da linhagem branca - leucócitos), o que é diferente do quadro quando se trata de Cinomose, sendo nesta desde seu início presente a Leucocitose (aumento relativo dos glóbulos da linhagem branca - leucócitos). No entretanto, tendo duração mais longa, também na HCC a leucocitose é presente. O mecanismo de coagulação do sangue, nos animais acometidos por HCC, é encontrado completamente alterado, com aumento do tempo de sangria, o que não acontece com a Cinomose. A velocidade de sedimentação do sangue também encontra-se aumentada. Em geral, existe a suspeita de HCC quando enfermam animais com menos de 8 semanas e quando os sintomas aparecem repentinamente, e muitas vezes violentamente. Estão presentes febre, amigdalite, enfarto dos gânglios linfáticos cefálicos, incluídas amígdalas, conjuntivite serosa e não purulenta (com rinites) além de albuminúria inconstante. É desfavorável o prognóstico quando presentes icterícia e temperatura subnormal (hipotermia). O turvamento da córnea, é na maioria dos casos de curso leve . Especial importância tem o aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia), além de externarem dor os animais nessa palpação, apresentando também o baço aumento de tamanho (esplenomegalia).
PREVENÇÃO - Existem no mercado de produtos veterinários, várias vacinas com indicação preventiva contra HCC, sendo particularmente eficientes aquelas fabricadas pela Bayer alemã, como a chamada Candur S-H-L (tríplice: Cinomose, Hepatite e Leptospirose), que infelizmente dificilmente encontrada no mercado. A título informativo, os animais que conseguem sobrepujar a doença, vindo a se curarem, ficam portadores do vírus e o eliminando durante vários meses, podendo funcionarem como disseminadores para outros animais não devidamente imunizados.

Dr. Carmello Liberato Thadei
Médico veterinário - crmv-sp-0442

Hemangiossarcoma


Hemangiossarcoma é muito agressivo, geralmente é um sarcoma dos tecidos moles com as áreas afetadas sendo mais comum como baço e coração. Um cancêr altamente maligno que ataca os vasos sanguíneos, que pode espalhar-se rapidamente, causando tumores em quase qualquer lugar no corpo. Hemangiossarcoma é silencioso, enquanto tenta construir a rede de sanguinea, fazendo bolhas de sangue, como as formações que perturba a função normal do órgão. É geralmente no estágio avançado antes de detecção, tornando-se praticamente um assassino silencioso.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

TVT - Tumor Venéreo Transmissivel


O Tumor Venéreo Transmissível (TVT) é um tumor proliferativo que dissemina-se geralmente por contato sexual e através do transplante direto de células neoplásicas (contato com superfícies contaminadas). Com o desenvolvimento do TVT, observa-se tecido nodular, hemorrágico e friável, pouco demarcado, sendo que freqüentemente a lesão pode apresentar ulcerações. Essa neoplasia pode ser solitária ou múltipla, podendo apresentar aspecto de couve-flor ou de placas. Pequenos fragmentos do tumor apresentam pontos necróticos ou traumatizados, com coloração acinzentada (BIRCHARD e SHERDING, 1998). Os sinais clínicos mais freqüentes são: presença de secreção sanguinolenta vaginal ou peniana, hematúria, prurido, lambedura freqüente, mudança de comportamento, tornando-se muitas vezes agressivos ou apáticos, letárgicos e anoréticos. Em casos mais avançados, com progressão perineal do tumor, pode-se observar retenção urinária (BATAMUZI e KRISTENSEN, 1996). O histórico descrito pelo proprietário, como presença de secreção sanguinolenta vaginal ou peniana, e o aspecto macroscópico da lesão, placas friáveis com aspecto de couve-flor, são sugestivos de TVT, devendo-se diferenciar de neoplasias como mastocitoma, histiocitoma, linfoma e lesões granulomatosas não neoplásicas (FLORES et al., 1993).

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Corpos Estranhos
















Obstruções gastrintestinais por corpos estranhos são bastante freqüentes em animais da espécie canina devido ao seu comportamento alimentar. Em alguns casos, os objetos ingeridos detêm a passagem dos alimentos ou ficam presos, provocando transtornos graves (síndrome oclusiva). Corpos estranhos lineares (e.g. fios, barbantes, plásticos, faixas de pano) prendem-se proximamente ao piloro, enquanto o restante passa para o intestino através do peristaltismo.
Os corpos estranhos no estômago e intestino podem provocar vários sintomas clínicos, sendo o vômito persistente o mais comum.
No exame clínico os animais podem apresentar dor, dilatação abdominal e uma massa palpável pode ser sentida. O diagnóstico pode ser feito através de um exame clínico se o corpo estranho é palpável, mas geralmente é preciso fazer o exame radiológico. A ultra-sonografia e a endoscopia também são elucidativas em alguns casos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cinomose


Enfermidade infecto contagiosa, que afeta só os cães entre os animais domésticos. Causada por um vírus, sobrevive por muito tempo em ambiente seco e frio, e menos de um mês em local quente e úmido; muito sensível ao calor, luz solar e desinfetantes comuns. Não escolhe sexo ou raça, nem a época do ano. Ocorre mais em jovens, mas animais idosos também podem se contaminar se não vacinados.
Se infectam (contaminam) por contato direto ou pelas vias respiratórias, pelo ar contaminado. Essa transmissão é por secreções do nariz e boca de animais infectados (espirros e gotículas que saem do nariz quando se respira) é a principal fonte de infecção. O animal doente espirra e contamina o ambiente e os animais que estejam perto. Inclusive, se tiver um ser humano por perto, o vírus pode ser carregado até um animal sadio por ele.
O animal pode se contaminar pela via respiratória ou por via digestiva, por contato direto ou fômites (pode ser um objeto ou um ser humano, por exemplo, que carregam o vírus na roupa, nos sapatos) , água e alimentos contaminados por secreções de cães doentes.
Após o animal ser infectado, ocorre o período de incubação do vírus (digamos que seja o período que ocorre entre o vírus entrar no corpo e o corpo começar a manifestar os sintomas da doença) por 3 a 6 dias , ou até 15 dias, e depois disso a temperatura pode chegar a 41ºC, haver perda de apetite, corrimento ocular e nasal . Este estado dura mais ou menos 1 a 2 dias. Depois se segue um período de 2 a 3 dias, as vezes meses, em que parece que tudo volta ao normal. Depois disso pode ser que apareçam os sinais e sintomas típicos da cinomose.
Pode haver sintomas digestivos (diarréia e vômito), respiratórios (corrimento nasal e ocular) ou nervosos ( tiques nervosos, convulsões, paralisias, etc) ou haver associação deles.
O animal pode morrer tendo desenvolvido só uma das fases da doença ou sobreviver desenvolvendo todas, podem desenvolver cada tipo de sintoma aos poucos ou todos juntos.
Normalmente os primeiros sintomas da 2º fase são febre , falta de apetite, vômitos, diarréia, dificuldade para respirar. Depois conjuntivite com secreção , corrimento nasal, com crostas no focinho, e pneumonia. Pode se seguir por 1 a 2 semanas e daí aparecerem os sintomas nervosos, tiques nervosos, depois sintomas de lesões no cérebro e medula espinhal. Em uns, por inflamação no cérebro, os animais ficam agressivos, não conseguem as vezes reconhecer seu dono, ou em outros, ocorre paralisia dos músculos da face em que o animal não consegue abrir a boca nem para tomar água, apatia profunda; por lesões no cérebro e na medula espinhal, andar cambaleante, paralisia no quarto posterior ('descadeirado'). Dificilmente os sintomas são estacionários (vão piorando sempre, de maneira lenta ou rápida).
É de difícil tratamento, dependendo quase exclusivamente do cão sua sobrevivência ou não. Digo quase exclusivamente, porque o veterinário pode ajudar eliminando coisas que podem atrapalhar sua "guerra" com a doença, como as infecções que ele pode ter por fraqueza, aconselhar a alimentação correta, receitar medicamentos que ajudem a combater as inflamações no cérebro, receitar uma medicação que tente aumentar sua resistência, etc.
Sua evolução é imprevisível, ou seja, quando o cão adoece, não há como saber se ele vai se salvar ou não, ou se a morte vai ser rápida ou lenta.
A melhor solução ainda é a prevenção, ou seja, vacinar corretamente.